Fotos: Arquivo Pessoal/
Há 15 anos, o vendedor Leonel Marinheiro da Silva, 49 anos, chegava do nordeste do país para procurar emprego no Rio Grande do Sul. Comunicativo e com muita força de vontade, logo começou a vender acessórios como ambulante no centro de Santa Maria, até ter a própria banca no Shopping Independência.
Mas, não foi só clientes que ele cativou. Nas idas e vindas, entre as avenidas Rio Branco e Acampamento, Silva conheceu a também vendedora Neiva Itaqui, 68 anos. Ela conta que, logo que se conheceram, eles passaram a compartilhar as expectativas e os anseios comuns aos vendedores ambulantes. Porém, com o tempo, eles desenvolveram uma relação de mãe e filho.
- Um belo dia, Leonel me perguntou se poderia me chamar de mãe. Ele veio fazer a vida aqui. Não tinha ninguém. Então, eu e meu esposo o adotamos como filho. E, assim, nós nos tornamos uma família - diz.
Atualmente, Neiva está aposentada. A idosa precisou parar de trabalhar para cuidar da saúde. Ela lembra que o filho demonstrava constante preocupação com ela e não ficava um dia sem visitar os pais do coração. Ao entardecer, a palavra "mãe", entoada com força no portão de casa, sinalizava os instantes que viriam em seguida: um cafezinho passado a gosto dele, boas risadas, conselhos e o velho e bom jogo de cartas.
Neiva conta que Silva, desde que chegou ao Sul, perdeu contato com a família biológica, o que lhe angustiava o coração. Constantemente, ele falava em participar de um programa de televisão com o objetivo de pedir auxílio para rever os pais e os irmãos.
- Ele queria atenção. Sonhava em ter uma família. Imediatamente, correspondi. Que sentido tem a vida se não dermos amor a quem pede? Meu marido também o amava como um filho. Temos duas filhas em Porto Alegre e tínhamos o Leonel pertinho. Nunca iremos esquecê-lo - afirma Neiva.
No Shopping Independência, Silva fez uma grande família que cuidou dele até a despedida, quando faleceu. Entre eles, estão os comerciantes Bruno Fernandes, 29 anos, e Karine da Silva Melo, 31. Da amizade nas bancas, Silva ganhou do casal uma afilhada, Bruna, 9 meses.
- A Bruna era tudo para Leonel. Ele queria tanto reencontrar a família dele! Chegamos a procurar juntos, mas não achamos ninguém. Fica a saudade de um amigo querido - lamenta Karine.
Para Fernandes, fica a lembrança das boas risadas, dos jogos de pife, das conversas a respeito de carros e das noites de Natal compartilhadas com o colega.
No dia 9 de novembro, Silva sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), e seu quadro clínico se agravou muito. Depois de três paradas cardíacas, ele morreu no dia 10 de novembro, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), e foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria.
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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3221-1616